É muito comum pessoas me procurarem alegando não ter qualquer experiência na área de dados e julgarem que isso as tem impedido de conseguir sua primeira oportunidade de trabalho nesse mercado.
Fato é que você não é um copo vazio. Todos temos uma jornada que seguramente nos ensinou algo.
É nesse contexto que quero contar uma história que pode ser inusitada para você, mas mais comum do que imagina para outros nerds como eu, que até esse momento ainda não haviam visto sob essa perspectiva.
Contexto
No final de 2003, comprei meu primeiro computador. Deslumbrado com o advento que ele provocou na minha vida, trazendo informação e entretenimento, conheci os MMORPG’s (Massively Multiplayer Online Role-Playing Games), que nada mais são do que jogos de mundo aberto onde o jogador cria um personagem de acordo com o tema proposto e vai explorando os cenários oferecidos junto com outras pessoas via internet, cada qual na sua casa, em seu computador.
O objetivo desse tipo de jogo é tornar seu personagem mais forte, com equipamentos e habilidades únicas, recebidas como recompensa à medida que você vai realizando as tarefas propostas.
RF Online
Em 2007, joguei um que se chamava RF Online. Nele, havia 3 raças que guerreavam entre si pelo domínio do planeta Novus. Dentro das raças, havia as guildas — times de até 50 pessoas que podiam dividir um chat privado entre eles e se organizar para realizar as missões mais difíceis, que precisavam de MUITA gente para serem concluídas e recompensavam com os melhores prêmios. Havia um ranking de raça que pontuava os melhores guerreiros, e diariamente havia uma guerra chamada Chip War (CW), evento máximo onde cada raça possuía uma torre com um chip dentro. A torre que primeiro fosse derrubada deixava cair o chip, que deveria ser entregue no centro do campo de batalha. A raça que entregasse o chip seria a detentora da exploração de um campo de mineração de onde saíam os recursos do planeta para criação de armas e armaduras até a próxima CW.
Lições
Dentro desse contexto, aprendi grandes lições, dentre elas: Transparência, Liderança e Trabalho em equipe.
Compartilhamento
Percebendo isso, resolvemos criar a nossa própria guilda com outras pessoas com quem fizemos amizade na FuzioN. Ela foi batizada de Owned, uma gíria americana comum entre gamers que possui vários significados, dentre eles “nocaute”. Porém, éramos iniciantes e estávamos mal equipados. Como eu comecei a jogar primeiro e era o mais equipado da guilda, o plano foi o seguinte: ajudaríamos uns aos outros mutuamente a realizar missões, coletar itens e dividir igualmente entre todos as recompensas, a fim de todo o time ficar com o nível de força equilibrado. Isso chamou a atenção de muitas pessoas, e logo já não éramos mais tão poucos.
Liderança
Com o senso de cooperação, ficamos mais fortes. Logo surgiu todo tipo de jogador pedindo para se unir a nós, e então percebemos que a grande maioria queria apenas se beneficiar. Assim, foi criada a nossa única regra para fazer parte da Owned: Compartilhar.
O que para nós era um princípio, para quem não conhecíamos era uma lei. Assim conseguimos perceber que quem estava disposto a compartilhar era, na grande maioria das vezes, uma pessoa de agradável convívio e que agregaria valor aos nossos objetivos. Afinal, era um jogo, e queríamos ganhar destaque. Dessa forma, já tínhamos um método de seleção, capacitação da equipe e líderes com credibilidade.
Trabalho em equipe
Todos devidamente selecionados e equipados começaram os objetivos: ter membros da equipe no ranking de melhores soldados da raça! Num servidor onde havia inúmeras guildas com 50 jogadores ativos jogando ao mesmo tempo e bem equipadas, tivemos de bolar nossas estratégias de combate para jogar com um número reduzido (aproximadamente 15 pessoas).
Em pouco tempo, o resultado de nosso planejamento: Todos os membros da Owned estavam no top 30 de um ranking que contava na casa dos milhares de players apenas da nossa raça. Éramos respeitados por nosso fairplay, tanto individual quanto em equipe, que por sinal era o troféu que ostentávamos com mais orgulho. Tivemos membros da Owned eleitos como líderes de toda a raça e, assim, aplicamos nossas táticas ao grande grupo, coordenando os movimentos de milhares de pessoas como em um jogo de xadrez.
Legado
Em 2009, paramos de jogar esse jogo, mas tive lições que carrego comigo até hoje.
Aprendi que, quanto mais compartilhamos o que temos com pessoas alinhadas aos nossos valores, mais conseguimos multiplicar o que é importante para nós.
Liderança se aprende liderando, não precisando necessariamente do posto de gestor ou mestre/conselheiro da guilda. O importante é ter iniciativa, postura e respeito.
Por fim, o trabalho de uma equipe engajada potencializa as possibilidades das coisas cooperarem para o sucesso, sejam as metas da empresa, no time do seu game favorito ou com a pessoa com a qual formamos um casal.
Nem tudo foram flores. Fomos traídos por membros da equipe em quem confiávamos, algumas estratégias não funcionavam e demorávamos muito tempo para realizar algumas atividades que exigiam mais pessoas.
Como se pode perceber, aprendi e exerci essas 3 lições em um jogo online, e coloco em prática no meu dia a dia pessoal e profissional essa postura de compartilhar conhecimento, objetivos e resultados.
Como eu disse, você não é um copo vazio.
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