Ainda vejo muitas pessoas com dificuldade de criar seu portfólio.
Portfólio não é somente ter um GitHub, site, blog, Medium ou qualquer outro portal, e muito menos print de tela de dashboard postado no feed do LinkedIn.
Para iniciantes
Ter um portfólio profissional significa reunir uma coleção de projetos que demonstram suas habilidades.
Para profissionais experientes
São trabalhos e realizações que demonstram suas experiências e conquistas na sua área de atuação.
Para empreendedores
Demonstrar expertise e o valor da sua solução de dados para as empresas, justificando o investimento.
Esses projetos podem variar em escopo e complexidade, mas todos servem como prova do seu talento e competência para potenciais empregadores ou clientes. Eles devem estar presentes e de fácil acesso no seu perfil do LinkedIn, que é a principal vitrine profissional.
Estrutura
Eu recomendo que um projeto de portfólio tenha 4 etapas: Entendimento, Justificativa, Desenvolvimento e Valor. Vamos a cada uma delas…
Entendimento
Se você tiver dificuldade em encontrar um conjunto de dados do seu interesse ou ainda não se sentir seguro o suficiente para criar um projeto do zero, escolha algum exercício de seus materiais de estudo e procure entender o cenário econômico/comercial por trás dele.
Exemplo: Dashboard de loja de carros — estude sobre o cenário do mercado automobilístico no Brasil.
Justificativa
Justifique a necessidade pelo qual o dashboard será criado e as ferramentas que serão usadas no projeto.
Exemplo: Área comercial da loja de carros, onde será mapeado o comportamento do consumidor da base de clientes e desenvolvido um dashboard no Power BI, ferramenta de visualização de dados da Microsoft para compartilhamento seguro de informações.
Desenvolvimento
Anote detalhadamente o passo a passo da solução: ferramentas utilizadas, tabelas, relacionamentos, cálculos, etc.
Exemplo: Explique cada tabela e suas respectivas colunas, a modelagem dos dados, gráficos criados e cada um dos KPIs na tela.
Valor
Explane com suas palavras a economia de recursos, melhoria de processos e maximização de resultados que se pode obter.
Exemplo: É possível ver que a região X tem alta aderência de veículos 4×4, o que pode justificar a criação de planos de revisão com valores mais acessíveis para esse tipo de veículo.
Divulgação
Agora que seu projeto está pronto, independentemente do repositório que você escolha para publicá-lo — GitHub, site, blog, Medium — é de extrema importância que você compartilhe-o no seu LinkedIn.
Recrutadores e potenciais clientes dificilmente irão procurar em qualquer um desses portais para encontrar profissionais com as habilidades que você demonstrou. Porém, com toda certeza, farão isso no LinkedIn.
Sempre dê créditos aos professores que ensinaram você a criar seus projetos. Além de ajudar a ampliar o alcance da publicação e mostrar que você está sendo bem orientado, é de bom tom ser grato.
Uma vez que o projeto seja publicado no LinkedIn, é uma boa prática fixá-lo no seu perfil para facilitar a visibilidade e o acesso a ele por parte de recrutadores e potenciais clientes.
Vá além de dashboards…
Nesse exemplo, eu falei da construção de um dashboard, mas, se você estiver pleiteando vagas como Cientista de Dados, Engenheiro de Dados ou mesmo como Analista de Dados/BI e quiser se destacar da concorrência, crie soluções de ponta a ponta, dissertando sobre seus benefícios, as ferramentas utilizadas, o passo a passo do desenvolvimento técnico da solução e a entrega de valor desse projeto para as empresas que poderiam se beneficiar dele. Perceba que a lógica de construção é sempre a mesma!
Cuidados!
É muito comum ver no LinkedIn projetos literalmente copiados de cursos, às vezes com algumas alterações, sendo divulgados como “Projeto de um cliente…” ou “Freela que eu fiz…”. Isso simplesmente não funciona, pois basta uma rápida pesquisa com uma ferramenta simples, como o Google Lens, para que até o link do curso apareça.
Outra péssima prática é plagiar projetos de portfólio. Lembre-se: o projeto é o final de uma jornada importante de aprendizado e documentação. Ninguém é capaz de pensar com a cabeça de outra pessoa, e tampouco argumentar sobre o que não fez.
Eu faço headhunting para algumas empresas, e, da mesma forma que essas práticas infelizes estão cada vez mais comuns e tomam o tempo do recrutador, é muito fácil identificar um mentiroso e colocar uma red flag nele.
Eu mesmo bloqueio todos que mentem descaradamente. Se, por ventura, me perguntam sobre esses profissionais, as referências são sempre bem ruins, pois trabalho também é uma relação de confiança.
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